A “luz” é um fenômeno que sempre causou fascínio e
curiosidade a comunidade cientifica. Inicialmente se acreditava que a estrutura
molecular da luz fosse formada por ondas, porém, ainda na primeira metade do
século XX, descobriu-se que ela era tão instável que se comportava tanto como ondas
(energia), quanto como partículas sólidas (matéria). Em outras palavras, a luz podia
transcender entre uma forma de energia e o mundo físico. Porém, essa não seria
uma exclusividade da luz, mas sim, do microcosmo, onde os elétrons poderiam se
comportar tanto como partículas (matéria) quanto como ondas (energia) e o mais interessante,
pelo que tudo indicava, a interação de um observador sobre o objeto observado seria
o catalisador de tal transformação.
A partir daí, a física quântica passou a defender a
hipótese de a interação humana ser capaz de fazer com que algo que inicialmente
se comporta como energia, de natureza
abstrata e localização indefinida no espaço, se transforme em matéria concreta
e de localização conhecida. Ou seja, o que antes era apenas uma possibilidade poder
ganhar tons de realidade a partir da ação de um observador ativo. Em outras
palavras, podemos dizer que a suposta realidade existente antes da ação humana
(observação ativa) é apenas uma possibilidade, algo volátil e inconsistente até
atuarmos sobre ela.
A essa altura você pode estar pensando, e daí?
Então eu lhe digo. Diariamente, baseado em
acontecimentos e nas informações que chegam até nós, fazemos previsões e
acreditamos ser capazes de conhecer, ainda que de forma superficial, parte do
que o futuro nos reserva. Em alguns momentos, o cenário no qual estamos
inseridos se torna tão impregnado de fatos e fatores negativos que tudo que
conseguimos ver como realidade é um futuro pouco promissor. Entretanto, é bom
tomarmos consciência que essa suposta realidade não passa do esboço de um
quadro ainda sem moldura, formado por imagens de pouca nitidez e de contornos
indefinidos.
Para ser mais específico, quero dizer que praticamente tudo
que acreditamos ser a mais pura realidade é apenas parte de uma miragem ou
abstração do que captamos do mundo físico, logo, tão instável que pode ser
transformado de um momento para outro. Nada! Seja vida ou morte, riqueza ou
pobreza, vitória ou derrota, alegria ou tristeza, é o que é definitivamente.
São nossas crenças, costumes, culturas, estado de espírito, autoestima, perseverança,
o nosso conceito de tempo e etc., que os definem como tais. A realidade é fruto
da percepção particular que cada um de nós cria em um determinado momento ou
aquilo que aceitamos como real em nossas mentes. Basta mudarmos nossa
perspectiva, comportamento ou o contexto de onde tal realidade surge, e tudo se
transforma. Em suma, nunca vemos a realidade pura e talvez ela nem mesmo exista
como algo fixo. Seja filosófica ou cientificamente, o que vemos é a realidade
surgida a partir do método que usamos para observar ou mensurar os objetos,
acontecimentos ou pessoas que estão diante de nós.
Leia um mesmo livro ou veja um mesmo
filme duas vezes, uma imediatamente a outra, e na segunda vez você descobrirá
algo mais. Tanto o livro quanto o filme continuam sendo exatamente os mesmos, a
única coisa que mudou foi a sua forma de olhar e de interpretá-los.
Devemos acreditar mais
em nosso potencial e continuar lutando, precisamos duvidar do improvável e
desafiar o impossível, até transformarmos tudo que existe de instável,
inconsistente e indesejável em uma realidade favorável a nós. Pois, como disse Saint
Exupéry.
“O essencial
escapa aos olhos”
Texto inédito que será publicado no
próximo livro de J. Edir Bragança
Sobre o autor:
J.
Edir Bragança é natural do estado de Espírito, tem cinquenta e três anos e vive
no Rio de Janeiro desde os dois anos de idade. Graças a sua formação em
psicologia e suas pesquisas, se utiliza de uma linguagem simples para levar
através de seus textos, conhecimentos científicos e estratégias cognitivas
(formas de pensamentos) que possam ajudar os leitores no seu dia a dia.
Em
sua literatura é comum encontrar citações de filósofos, pensadores e
acontecimentos marcantes do passado, sempre traçando paralelos e conexões com
os problemas do presente e sugerindo saídas para os mesmos.
É
autor dos livros:
“As
Mentes do Bem” - composto por textos reflexivos que tem como propósito elevar a
autoestima e amenizar sentimentos de angústia e ansiedade que são impostos pela
vida moderna. O livro se mostra revelador ao apresentar para o leitor uma
perspectiva de que a realidade é fruto da percepção que cada um tem das
experiências que vive e do mundo a sua volta.
“Sempre
existe uma Saída” – Além de ser uma história emocionante, os personagens vivem
inúmeros problemas atuais, de onde o leitor poderá tirar diversos ensinamentos
para aplicar em seu cotidiano.
Vale
a pena conferir.