—Olá,
querido livro!
—Até
parece que foi hoje que nos encontramos naquela velha Escola
Municipal.
—Era
muito rude contigo, lembras-te?
—Dobrava
tuas páginas, fazendo-te de marcador...
—Derramava
tinta do velho tinteiro em cima de ti...
—Borrava
com desenhos e riscados cada folha tua, sem que pudesses te defender!
— Tu te
lembras daquele inverno, quando, ao voltar da aula?
—Briguei
com um coleguinha e tu caíste da minha mão em uma poça de lama?
—Lembras-te
de quantas vezes te perdi, deixando-te em lugares ermos por
distração?
— Quantas
ofensas te proporcionei, amigo!
— Mas,
éramos inseparáveis, mesmo assim.
—Tu
insistias entrar em minha cabeça, e conseguiste, mesmo!
Depois
veio o troco:
—Tu
fizeste com que minhas pestanas queimassem naquela vela acesa,
lembraste?
—Tu
diminuíste minha visão diante daquelas luzes escuras...
—Tu me
fizeste usar óculos de grau para enxergar tuas letras...
—No
entanto recordo, com saudade, todos os momentos vividos junto a ti.
_ Tu me
fizeste viajar por lugares e situações incríveis diante de tuas
páginas
_ Foi pela
nossa convivência tão fraterna que pude, enfim, entender-te
— A cada
situação de nossa convivência compreendia mais e mais a tua razão
de ser.
—Ó, meu
amigo, perdoa-me as vezes que me distanciei de ti!
_ Eu só
agradeço, hoje, o quanto tu foste meu amigo de verdade!
Homenagem
ao Dia Internacional do Livro -23.04.2015
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